Cap. 113
Augustus mal respira, para não interromper McQueen, que segue falando: — O maldito, Grover Jackson era seu nome, contou que uma briga no saloon saiu do controle e acabou com um tiroteio generalizado e um incêndio que consumiu todo o local matando clientes, prostitutas e toda a família dele. O homem soube disso ainda preso e nem pôde ir ao funeral.
— Ele apontava para mim e gritava: “Você me prendeu por roubar comida para a minha família. Roubar de quem roubou tudo o que a gente tinha. Você tirou um homem de perto de sua família num momento de necessidade, por isso eles morreram.”
— Por fim, ele me sentenciou antes que eu pudesse fazer qualquer julgamento: “Eu fiz questão de te devolver tudo o que você me fez. Agora você sabe como é ter sua família destruída enquanto você está longe, sem poder fazer nada. E deixei sua esposa viva para que lembre o que me fez sempre que olhar para ela. Eu posso estar preso e ser enforcado, mas você também está condenado, a diferença é que sua cela é maior, mas seu tempo nessa prisão também será maior.”
— Eu apertei a mão no cabo da arma, mas não conseguia tirá-la do coldre. Virei as costas para ele e chamei Martin para destrancar a porta. Antes de sair, ainda de costas, deixei escapar: “Ela se matou.”. “Lamento, sinceramente. Minha intenção era fazer o mesmo se não tivesse sido preso” respondeu o assassino de minha família.
— Martin me olhou e eu respondi o que ele queria saber antes mesmo de ouvir a pergunta: “Que seja feita a justiça conforme determina a lei.”
— Enforcaram os dois sujeitos no dia seguinte. Acho que só estavam esperando para ver se eu queria ser o executor.
— Após aquela conversa, saí da cadeia ofegante. Precisava de ar. Atravessei a rua e entrei num saloon. Precisava de algo mais forte do que somente ar.
— Meia garrafa depois, revendo tudo com a verdade do whiskye, percebi um detalhe que estava sóbrio demais para atentar quando cheguei à cidade: um deles ainda estava solto.